Terapia Compressiva e o Tratamento de Úlceras Venosas

O tratamento adequado da Úlcera Venosa é fundamental para restituir a qualidade de vida do paciente e evitar recidivas. Diversas estratégias podem ser adotadas para garantir a cicatrização da ferida e, também, estimular retorno venoso, evitando que a pele volte a romper. Continue lendo e saiba mais sobre a Terapia Compressiva e o tratamento das Úlceras Venosas!

Como é o tratamento das Úlceras Venosas?

Atualmente, existem diversas orientações e recomendações para o tratamento das Úlceras Venosas, assim como inúmeros estudos sobre o tema, que comprovam a eficácia de determinadas estratégias de cuidado. Muitos documentos ressaltam a relevância de realizar uma avaliação completa do paciente, da ferida e da pele circundante frequentemente, assim como a importância da Terapia Compressiva e de orientar o paciente para o tratamento contínuo.

Como deve ser feita a preparação do leito da ferida?

Logo após a avaliação inicial da ferida, é necessário prepará-la para receber o tratamento adequado. Esse processo pode ser feito através de princípios de preparação que são exemplificados no acrónimo MOIST. Assim, são 5 os componentes que sustentam a preparação do leito da ferida:

M – Moisture balance: Equilíbrio da umidade;

O – Oxygen balance : Equilíbrio da Oxigenação;

I – Infection control: Controle da Infecção;

S – Support: Suporte estratégias de suporte à cicatrização;

T – Tissue management: Gerenciamento do tecido.

Após essa avaliação, pode ser necessário realizar o desbridamento para remover tecido morto ou desvitalizado para, assim, incentivar a formação de tecido de granulação saudável, o que irá possibilitar a cicatrização. Essa ação também irá ajudar com o controle da inflamação e da infecção.

Há alto risco de infecção na Úlcera Venosa?

As feridas de difícil cicatrização, de forma geral, são bastante suscetíveis a infecções, e as Úlceras Venosas não são exceção. As infecções podem causar complicações graves, como aumento do tamanho da ferida, dor debilitante e cicatrização tardia, além de poder provocar, até mesmo, doenças sistêmicas.

Nesse sentido, o desbridamento, já citado, também irá ajudar na resolução da infecção e a promover a cicatrização. Além disso, também é possível utilizar curativos antimicrobianos para agir contra os microrganismos presentes na lesão.

Outro problema bastante recorrente nas Úlceras Venosas é a grande presença de exsudato, inclusive em comparação com outras feridas de difícil cicatrização. Nesse sentido, o tratamento incorreto ou insuficiente do exsudato pode causar danos no leito da ferida e no tecido adjacente da lesão, além de aumentar o risco de infecção e impactar negativamente a qualidade de vida do paciente.

Para controlar o excesso de exsudato, é possível fazer o uso de curativos absorventes, que consigam realizar a manutenção do meio úmido da lesão. Além disso, a Terapia de Compressão sustentada também é uma aliada.

Qual é a importância da terapia compressiva?

Já faz muitos anos que a Terapia Compressiva é amplamente reconhecida como fundamental para o tratamento de Úlceras Venosas pois, comprovadamente, ela aumenta as taxas de cicatrização.

Para aplicar a Terapia Compressiva, podem ser utilizados diferentes tipos de dispositivos, contudo, as bandagens elásticas são consideradas, atualmente, uma das melhores opções.

O objetivo final da Terapia Compressiva é realizar uma pressão nas pernas, a fim de facilitar o retorno do sangue venoso ao coração, facilitando o fluxo venoso que irá garantir o transporte de oxigênio para as extremidades inferiores, reduzir a inflamação e contribuir com a cicatrização de úlceras. Além disso, a Terapia Compressiva também deverá impedir que o sangue venoso volte a acumular nas pernas.

Vale lembrar, ainda, que é essencial estabelecer a etiologia subjacente da úlcera antes de aplicar a Terapia de Compressão, excluindo definitivamente a doença arterial, pois, caso ela esteja presente, a Terapia Compressiva NÃO poderá ser aplicada.

Nesse sentido, ressalta-se que cerca de 15% a 20% das Úlceras Venosas coexistem com a insuficiência arterial. Nesses casos, as úlceras são conhecidas como “úlceras mistas”, e exigem uma abordagem de tratamento diferente.

Portanto, antes de aplicar a Terapia Compressiva, é necessário realizar uma avaliação holística e investigações simples para excluir a presença de doença arterial.

A importância dos curativos no tratamento de Úlceras Venosas

Além da Terapia Compressiva, os curativos também desempenham um papel fundamental no tratamento das Úlceras Venosas. Como essas lesões estão associadas a níveis elevados de exsudato que contém proteases e citocinas inflamatórias que podem danificar a pele saudável ao redor da lesão, é recomendado dar prioridade aos curativos que tratem o exsudato ao mesmo tempo que mantenham o leito da ferida úmido.

Portanto, as Úlceras Venosas exigem curativos que sejam capazes de manejar o nível de exsudato, proteger o leito da ferida, prevenir traumas adicionais, evitar a progressão da lesão e favorecer a cicatrização. Assim, o curativo para tratar a Úlcera Venosa deve:

  • Ser capaz de reter a umidade, mantendo-a longe do leito da ferida;
  • Ser atraumático e não danificar o leito da ferida ou a pele circundante durante a remoção;
  • Ser confortável e adaptável ao leito da ferida;
  • Ter baixo potencial de alergias;
  • Continuar intacto ao ser removido;
  • Ter boa relação custo-benefício, ou seja, oferecer um tempo de utilização ideal.

Considerando todas as informações apresentadas, fica claro que o tratamento eficaz da Úlcera Venosa envolve a combinação entre a Terapia Compressiva e o uso de curativos adequados. Quando as estratégias corretas de cuidado são aplicadas, considerando também a individualidade do paciente, é possível reduzir o tempo de cicatrização, evitar danos à pele e diminuir os riscos de infecção, aumentando a eficiência clínica e econômica dos cuidados de saúde.

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