Prevenção de Infecções em Feridas Cirúrgicas

A ISC e outras complicações da pele podem interferir com o processo de cicatrização normal , aumentando o tempo de hospitalização e até a necessidade de nova cirurgia  – assim como dor e desconforto para os pacientes.

Fatores de risco para ISC relacionados com o curativo

As feridas cirúrgicas, como outras feridas, são terreno fértil ideal para patógenos. Assim que o doente sai do bloco operatório, um conjunto de fatores relacionados com a utilização de curativos para a ferida podem aumentar o risco de infeção da ferida.

As trocas de curativos estão associadas ao risco de infeção: quanto mais frequente forem as trocas de curativo, mais a ferida está exposta a contaminação.

O tratamento insuficiente do exsudato é também um fator de risco. O exsudato da ferida contém material derivado de microorganismos contaminantes. Quando não são tratados eficazmente, há um risco acrescido de danos relacionados com a umidade (maceração) e contaminação bacteriana da ferida se ocorrer extravasamento do curativo.

Outro fator importante que pode estar associado com o desenvolvimento da ISC é o dano causado na pele periferida . Esse dano ocorre como resultado do uso de fitas adesivas convencionais utilizadas para fixar os curativos tradicionais, como é o caso das bolhas. Quando as bolhas estouram, a pele lesionada fica exposta acrescendo o risco de desenvolvimento de infecção.

Minimizar a frequência de troca de curativos

Os especialistas estão de acordo que devem deixar os curativos o máximo de tempo possível – pelo menos sete dias após a cirurgia – desde que não existam sinais de saturação do curativo ou infecção da ferida. Dessa forma, reduzindo o número de trocas de curativo é possível reduzir o risco de desenvolvimento de bolhas, traumas e consequentemente a contaminação da ferida pelo ambiente externo.

Trocar os curativos com menos frequência pode também ajudar a reduzir o risco de trauma da ferida e da pele circundante bem como o aparecimento de bolhas.

Selecionar o curativo

O curativo ideal deve manter o meio úmido, absorver e reter o exsudato com eficácia para que possa ser deixado na ferida o máximo de tempo possível.

Para proteger a perilesão e evitar o aparecimento de bolhas, o curativo não deverá aderir à ferida e deve aderir suavemente na região peri-lesional. Deverá ser fácil de aplicar, fácil de retirar e flexível.

Ref.:
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