Feridas Infectadas – como identificar e tratar corretamente?

As feridas infectadas representam um grande desafio para os serviços de saúde em todo o mundo, por isso, saber como identificar e tratar corretamente lesões nessas condições é fundamental para garantir a melhor assistência possível para os pacientes. 

Continue lendo e descubra o que são as feridas infectadas, seus sinais e sintomas e como tratá-las!

O que são feridas infectadas?

Segundo o consenso de feridas infectadas de 2016, toda e qualquer ferida tem a presença de microrganismos na sua superfície, porém, nem todas estão infectadas. Isso por que, embora exista a presença de microrganismos no leito de uma ferida, ela somente será classificada como infectada quando estiver em número suficiente para causar uma resposta local e/ou sistêmica no hospedeiro/paciente.¹ 

As feridas infectadas podem ser classificadas da seguinte maneira²: 

  • Local – quando a proliferação microbiana está contida em um local, sistema ou estrutura, apresenta sinais sutis/ocultos, verifica-se atraso na cicatrização e paciente refere aumento da dor, odor e exsudato.
  • Disseminada – observa-se invasão do tecido circundante/borda, podendo afetar tecidos profundos, músculo, fáscias, órgãos ou cavidades corporais, e os sintomas se estendem além da borda.
  • Sistêmica – quando a resposta inflamatória acomete o corpo inteiro. Os microrganismos se espalham através do sistema vascular e linfático, podendo levar à complicações como osteomielite (infecção nos ossos) e/ou septicemia (infecção generalizada).

Além disso, é importante destacar que feridas infectadas têm um processo de recuperação mais lento e, enquanto a infecção não for devidamente tratada, a cicatrização não irá acontecer, ficando estagnada na fase inflamatória e não evoluindo para a epitelização ². Com isso, pacientes são submetidos a longos tratamentos, que oneram não apenas sua saúde física, mas também mental, visto que diversos aspectos de sua vida são afetados pela presença de uma lesão de difícil cicatrização – também conhecida como crônica -, incluindo sua autoestima, convivência social, capacidade de realizar tarefas simples e manter suas rotinas laborais.

Como identificar feridas infectadas?

Saber reconhecer os sinais e sintomas de uma ferida infectada é essencial para o seu correto manejo e escolha do tratamento. Os sinais e sintomas locais de infecção em uma ferida incluem:²

  • Exsudato aumentado;
  • Cicatrização lenta;
  • Aumento da dor e odor;
  • Tecido de granulação friável ou descolorido;
  • Presença de tecido necrótico (inviável ou morto).

Já alguns dos sinais e sintomas de uma ferida com infecção sistêmica são:²

  • Febre;
  • Mal-estar;
  • Perda de apetite;
  • Confusão e/ou delírio;
  • Letargia ou deterioração geral inespecífica;
  • Sepse grave;
  • Choque séptico;
  • Falência de órgãos;
  • Morte.

Ao avaliar qualquer ferida e o paciente como um todo, é fundamental estar atento a esses sintomas. Detectar e tratar precocemente infecções é fundamental para limitar danos aos tecidos saudáveis e evitar a interrupção do processo de cicatrização.

Como tratar corretamente feridas infectadas?²

O tratamento da ferida infectada irá depender do tipo de infecção existente. Nos casos das infecções locais, o tratamento para a diminuição da carga bacteriana será feito através da limpeza efetiva para remoção de tecidos desvitalizados e controle de biofilme, assim como o uso de antimicrobianos tópicos, como nos casos dos curativos com prata. O uso de antibióticos tópicos ou sistêmicos não é recomendado nos casos de infecções locais, sendo utilizados apenas nos casos de infecção disseminada ou sistêmica.

Como deve ser feita a limpeza de feridas infectadas?²

O primeiro passo para o tratamento de uma ferida infectada é garantir que a limpeza esteja sendo feita de forma efetiva. A limpeza efetiva ocorre quando retiramos as barreiras locais que impedem a cicatrização de acontecer, como nos casos de esfacelos e necroses. É através da limpeza e desbridamento que também manejamos o biofilme, um importante fator que contribui para a cronificação da lesão e potencializa a ação dos microrganismos presentes nas feridas. 

Para que uma boa limpeza seja possível, é preciso selecionar uma solução que auxilie na remoção desses tecidos desvitalizados, bem como combata os microrganismos, inibindo sua proliferação. É importante lembrar também que a solução de limpeza não deve ser agressiva aos tecidos e potencialmente prejudicial às células humanas e ao processo de cura.³

Uma solução que atende a todos esses critérios é o Granudacyn ®, um produto da Mölnlycke ® desenvolvido para a limpeza, irrigação e hidratação de tecidos. Biocompatível com células humanas, Granudacyn ® atua na limpeza de tecidos de forma segura, sem causar irritação, enquanto combate o biofilme e os microrganismos, prevenindo sua proliferação. Portanto, é a solução ideal para promover uma limpeza segura e eficaz!³

Qual curativo usar na lesão infectada? 

Após a limpeza, é preciso selecionar um curativo que atenda às necessidades da ferida.

Para lesões com mais exsudato, é fundamental optar por uma solução que absorva o excesso e realize a manutenção da umidade, assegurando um ambiente ideal para cicatrização⁵.

Além de atender as características específicas da lesão, é necessário que o curativo também possua um ativo antimicrobiano. Hoje, uma das substâncias mais consagradas no mercado para suprir essa função é a prata que, desde a antiguidade, é conhecida por suas propriedades antimicrobianas e atualmente tem sido usada no desenvolvimento dos curativos antimicrobianos⁵.

A prata em si ou em sua forma elementar (Ag-) não é capaz de matar bactérias, contudo, quando entra em contato com um meio aquoso (exsudato da ferida), perderá um elétron, transformando-se em íons de prata (Ag+). Os íons de prata por sua vez, possuem um amplo espectro antimicrobiano, agindo contra bactérias, fungos e vírus. A ação antimicrobiana da prata ocorrerá através de alguns mecanismos: ligação dos íons de prata ao DNA da bactéria, interferindo na sua divisão celular e impedindo sua replicação. Poderá agir também ligando-se às proteínas das paredes dos microrganismos, causando sua ruptura e vazamento de seu conteúdo, levando a sua morte. E, por fim, os íons poderão se ligar às enzimas bacterianas, resultando na incapacidade de realizar o processo necessário para respiração ou para absorver e processar nutrientes, levando à morte celular4.

Um curativo de prata considerado ideal é aquele que possui uma liberação sustentada (normalmente até 7 dias), gradual e terapêutica. Além disso, os compostos de prata menos solúveis, como no caso do sulfato de prata, por exemplo, possuem menor risco de absorção sistêmica e por esse motivo são seguros para uso em pacientes com feridas infectadas⁵. 

No catálogo da Mölnlycke você encontra diversos curativos que contêm prata. Nossos produtos foram especialmente desenvolvidos para atender as mais diferentes necessidades de profissionais da saúde e, claro, pacientes, proporcionando mais segurança, eficácia e conforto no tratamento de feridas de diferentes etiologias.

Para conferir nossos curativos com prata, visite a página de catálogo em nosso site ou fale com um de nossos representantes. Estamos prontos para te ajudar a selecionar as melhores soluções para cada situação e instruir sobre o seu uso!

Ref.:

International Wound Infection Institute (IWII) Wound infection in clinical practice. Wounds International 2016¹

International Wound Infection Institute (IWII) Wound Infection in Clinical Practice. Wounds International, 2022.²

Granudacyn: Cleaning wounds. Supporting healing – Mölnlycke. Disponível em: https://www.molnlycke.ae/wound-types/wound-irrigation/3

Silver in Wound Care – Friend or Foe?: A Comprehensive Review. International Open

Acess Journal of the American Society of Plastic Surgeons. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6756674/4

Consenso Internacional. Uso adecuado de los apósitos de plata en las heridas. Consenso del grupo de trabajo de expertos. London: Wounds International, 2012.⁵

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