A limpeza de feridas é uma etapa essencial para garantir a cicatrização. Nesse artigo, iremos explorar o conceito de limpeza, seus benefícios, soluções adequadas e quais momentos realizá-la. Continue lendo e atualize seus conhecimentos sobre esse assunto tão importante.
Sumário
ToggleO que é a limpeza de feridas?
Anos de pesquisa e cuidados comprovam que feridas infectadas ou criticamente colonizadas não cicatrizam. Portanto, preparar o leito, limpar e descontaminar a ferida são ações fundamentais para assegurar que a cicatrização seja bem-sucedida.¹
De acordo com artigo publicado na Estima (revista da Associação Brasileira de Estomaterapia), a limpeza da ferida é “um método que utiliza fluidos (soluções) para, suavemente, lavar e remover bactérias, detritos, exsudatos, corpos estranhos, resíduos de agentes tópicos e outras substâncias do leito da ferida.”², desta forma, ela contribui com a visualização e avaliação da superfície da ferida e pele perilesional, e tem como objetivo tornar o ambiente favorável para a cicatrização, reduzindo a carga de microrganismos sem causar danos ao tecido.
Quais são os benefícios da limpeza de feridas?
A limpeza de feridas é, como citado anteriormente, fundamental para a cicatrização, apresentando diversos benefícios que ajudam na recuperação da integridade cutânea, como: ⁵
- Hidratar a superfície da ferida, proporcionando um meio úmido;
- Conservar a pele perilesional íntegra, removendo resíduos de adesivo e excesso de umidade que pode causar maceração ou erosão por ação das enzimas e bactérias tóxicas existentes na pele;
- Facilitar a visualização do tamanho e da extensão da ferida;
- Minimizar o traumatismo da ferida pelo uso continuado de material aderente;
- Diminuir o risco de infecção;
- Promover o conforto do paciente.
As vantagens são muitas, contudo, para garantir todos esses benefícios, é necessário realizar a limpeza corretamente, usando soluções adequadas e seguindo as diretrizes estabelecidas para esse processo, seguindo sempre as instruções do fabricante e as normas e rotinas dos protocolos institucionais.
Nesse sentido, escolher a solução certa para realizar a limpeza é parte importantíssima do processo, ajudando a assegurar que os benefícios citados nessa sessão sejam, de fato, obtidos.
Qual é a solução adequada para limpar feridas?
Existem diversos tipos de soluções comumente utilizadas para limpeza de feridas, entre elas, a água estéril ou potável, peróxido de hidrogênio, iodopovidona e solução salina³. Essas opções, no entanto, podem não ser eficazes contra agentes patogênicos ou, ainda, podem ser agressivas aos tecidos e potencialmente prejudiciais às células humanas e ao processo de cura.
Por isso, atualmente, um dos ativos mais indicados para a limpeza de feridas é o ácido hipocloroso. Essa solução, que age como um poderoso agente oxidante, quando usada na dose e concentração adequada, é capaz de danificar vários componentes celulares de microrganismos nocivos, como proteínas, lipídios e nucleotídeos, causando sua morte.⁶
Apesar de sua efetiva ação antimicrobiana contra os microrganismos, o ácido hipocloroso, através de sua ação seletiva, não possui efeito nocivos às células humanas, afinal, essa substância é produzida pelo próprio corpo humano durante a resposta imune (mais especificamente pelos neutrófilos), com o objetivo de combater bactérias, vírus e fungos, protegendo o corpo contra infecções.
No catálogo da Mölnlycke, temos atualmente o Granudacyn®, uma solução de hidratação e limpeza composta por água, cloreto de sódio e concentrações seguras de hipoclorito de sódio e ácido hipocloroso. Devido sua formulação cuidadosa, Granudacyn® facilita a remoção de corpos estranhos e microrganismos nocivos de uma ferida através do efeito mecânico de enxágue. Esse procedimento ajuda a reduzir a carga microbiana e promover a cura.⁶ Além disso, devido a sua composição tão natural quanto o corpo, o ácido hipocloroso também pode ser utilizado para limpeza e hidratação de tecidos sensíveis como cartilagens, tendões e áreas com exposição óssea .
Granudacyn® também pode ser usado para manter feridas úmidas, promovendo o desbridamento autolítico e fornecendo o ambiente úmido ideal para a cicatrização, além de também ajudar a soltar bandagens e curativos, tornando esse processo mais simples e menos doloroso.⁶
Agora que já discutimos quais são as soluções utilizadas para limpeza de feridas e falamos sobre as características do ácido hipocloroso, é preciso discutir também o melhor momento para realizar a higiene das lesões.
Quando realizar a limpeza da ferida?
A limpeza da ferida deve ser feita assim que ela for descoberta, antes da administração de qualquer tratamento, no momento das trocas de curativos e sempre que houver contato com substâncias contaminantes.
O tipo e frequência da limpeza deverão ser baseados na avaliação clínica, que irá considerar o tamanho da ferida, estágio de cicatrização, leito e características do exsudato.
Vale lembrar, por fim, que a limpeza não é capaz de esterilizar a ferida. Portanto, se detritos e material necrótico não puderem ser removidos com os fluidos, é necessário aplicar o desbridamento para eliminar o tecido desvitalizado. ³
Sendo assim, fica claro que a limpeza eficaz das feridas é um passo crucial no processo de cicatrização e na prevenção de infecções. O uso de soluções apropriadas, como o ácido hipocloroso, aliado à avaliação clínica cuidadosa e aplicação de técnicas complementares quando necessário, pode otimizar os resultados dos tratamentos. Lembre-se, a escolha da solução de limpeza deve sempre considerar a segurança dos tecidos saudáveis e a eficácia contra microrganismos patogênicos, garantindo assim a recuperação do paciente!
Ref.:
Kramer A, Assadian O, Below H, Willy C. Wound antiseptics today – an overview. In: Willy C (ed) Antiseptics in surgery – update 2013. Lindqvist, Berlin 2013;85–111 ¹
Ferreira AM, Neves DD da S, Silva APM da, Felício NB. Feridas. Limpeza de feridas que cicatrizam por segunda intenção: A prática dos Profissionais da Enfermagem. In: ESTIMA. Disponível em: https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/135 ²
NPIAP, EPUAP and PPPIA. Prevention and Treatment of Pressure Ulcers: Clinical Practice Guideline. Haesler, E. (Ed.). Cambirdge Media: Perth, Australia; 2019.³
Kramer A., et al. Consensus on Wound Antisepsis: Update 2018 Skin Pharmacol Physiol 2018;31:28–58 ⁴
Filho DLV, Kassuga LEBP. Anatomia e fisiologia da pele. In: Blanck M, Giannini T. Úlceras e feridas: as feridas têm alma. Rio Jan.: Di livros Editora Ltda, 2014. ⁵
Powerful wound cleanser and gel that aid healing: Clinical benefits of Granudacyn®. Journal of Wound Care Volume 29 No 10 (Suppl 2) October 2020 ⁶